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festa e clara a torpeza da escravidão, sua influeucia malvada, suas deformidades moraes e congenitas, seus instinctos ruins, seu horror, seus perigos, sua acção infernal é tambem contribuir para condemna-la e para fazer mais suave e sympathica a idéa da emancipação que a aniquila.

Seguindo dous caminhos oppostos, chega-se ao ponto que temos fitado, á reprovação profunda que deve inspirar a escravidão.

Um desses caminhos se estende por entre as miserias tristissimas, e os incalculaveis soffrimentos do escravo, por essa vida de amarguras sem termo, de arido deserto sem um oasis, de inferno porpetuo no mundo negro da escrɐvidão. É o quadro do mal que o senhor, ainda sem querer, faz ao escravo.

O outro mostra a seus lados os vicios ignobeis, a perversão, os odios, os ferozes instinctos do escravo, inimigo natural e rancoroso do seu senhor, os miasmas, deixem-nos dizer assim, a syphilis moral da escravidão infeccionando a casa, a fazenda, a familia dos senhores, e a sua raiva concentrada, mas sempre em conspiração