Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/322

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Por trás de um grande potreiro, viram um homem, de cócoras, picando fumo para o cigarro. Era moreno, musculoso, desempenado. A curta distância, pastava o cavalo, arreado, com o laço pendente da sela.

Os estancieiros apresentaram-lhe os sobrinhos, e contaram-lhe rapidamente a história da longa travessia dos rapazes. Depois nomearam-lhes o gaúcho, dizendo: “É o mais forte destas cochilhas no laço e na bola”.

O gaúcho riu, e não tardou a mostrar as suas reais habilidades. Não longe dali, relinchava um potrilho; e o homem, tendo montado a cavalo, fez girar a longa corda de couro cru, tecida, terminada em três pontas, cada ponta com uma bola. Segurou a extremidade livre da corda, e agitou no ar as três bolas, atirando-as depois na direção do animal, que imediatamente se viu preso; as cordas emboladas enrolaram-se-lhe em torno das pernas, peando-o completamente. O potro pinoteava, furioso, com grande prazer dos rapazes para quem o espetáculo era inteiramente novo.

Depois, ainda viram com admiração e comoção o gaúcho montar em pêlo um cavalo chucro: o animal corcoveava, relinchava, escouceava, mas não conseguiu deitar ao chão o cavaleiro, que acabou por subjugá-lo e reduzi-lo à obediência.

Quando chegaram à casa, a velha avó os recebeu à porta, dizendo?