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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/134

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me do quanto é horrorosa a vingança, e que podia haver quem se persuadisse que eu lhe aplicara o fogo, pois ele cruelmente me quisera castigar da culpa, que eu não tinha, sem temer mais a morte que os juízos temerários das gentes, entrei atrevidamente, rompendo pelas chamas, a buscar Aldino: e quiseram os Deuses, (que sempre costumam amparar os acertos) que tomando-o às costas, tirando-o de entre as chamas, se ouvisse o estrondo da ruína apenas saí do perigo. Toda aquela família, que julgava obrar em mim a exasperação , vendo que eu trazia Aldino, com incrível alegria uns me apertavam nos braços, outros se me lançavam aos pés, outros intentavam beijar-me as mãos, e outros balbuciantes com lágrimas de gosto não podiam formar palavras. Eu em aplicava em usar de alguns segredos, para o tirar do letargo, em que estava: o que consegui logo, porque se lhe restituíram os sentidos; e contou que acordara ao primeiro rumor, que eu fizera; e que de uma luz, que deixara junto à porta, pegara o fogo, e se achara sem mais remédio que esperar a morte, pois já não podia respirar, nem tinha mais saída, que a que via embaraçada com as chamas. Voltando para o Rei que ali se achava, disse: