Saltar para o conteúdo

Página:Aventuras de Diofanes.djvu/135

Wikisource, a biblioteca livre

Agora sou constrangido a confessar-vos, Senhor, o que pode a minha maldade. Antionor vosso escravo me tirou das mãos da morte, rompendo pelas chamas, por valer-me a nobreza de seu ânimo para maior confusão da minha vileza; e como o remorso, a dívida, e a razão sempre obrigam, não posso deixar em silêncio o meu delito: não me negue ao castigo a vossa justiça; que quando a culpa é conhecida, deve ser tão abominável aos estranhos, quanto horrorosa aos que a comete; e se os Céus, e a vossa clemência me conservarem este alento, que respiro, e a distância do perigo ou me afaste dos bons propósitos, ou em retire de ser grato ao benefício, vos peço, Senhor, que a vossa grandeza me sepulte nesse abismo de penas. Aganimedes, desejando saber o fim daquele estranho caso, lhe ordenou acabasse de dizê-lo, o que todos com a maior admiração esperavam. Esperei, Senhor, (lhe respondeu) que é tão agigantada a minha maldade, quanto são sublimes as virtudes de Antionor, porque é sábio, é prudente , e é elevada a generosidade de seu nobre peito. Eu sem causa o fiz reduzir a masmarro, onde viu de perto os seus últimos dias, sendo falso o delito, que lhe imputou a minha cavilosa indústria; porque pedindo-me licença para ir ver os seus compatriotas, eu lhe aconselhei