com a mais vil maldade, que se fosse, e não tornasse ao vosso serviço, pois era a fuga o único remédio de sua triste servidão. A esta proposta me respondeu, que nunca saberia fugir quem havia sustentado os brasões de tantos vencedores. Quando se persuadia que os Céus o não ordenavam. Tornei a instar, que como devemos morrer pela liberdade, aquele fugir era vencer. Respondeu com mais severo semblante, que os que temem os Deuses, não fogem aos trabalhos, porque se a eles o destinaram, também ordenariam o seu descanso. Perguntei como não amava a vida? e me respondeu: Os homens, como eu, mais devem conservar a honra, que resguardar a vida. A estes exemplos da mais rara constância instei, dizendo: Pois como a compaixão me obrigou a aconselhar-te, e a tua ingratidão despreza o que te ofereço, não será justo que venhas causar a minha ruína, comunicando a outros o que te aconselhei: assim te advirto que não tornes a voltar, ou te há de custar a vida. A isto mais sábio me respondeu: Eu não devo obrar mal, porque tu não obres pior, pois nem é bastante a tua sagacidade para diminuir a minha obrigação: quanto mais, que o que é verdadeiramente bom, tarde, ou nunca é infamado: e assim como regularmente a má
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