por preço muito limitado, entendendo teria poucos dias de vida; e como via chegar o tempo da sua separação: Amada filha, (disse) já que a tão miserável estado te reduziu a minha cruel fortuna, conserva sem desmaios as sólidas doutrinas da tua educação, o exercício das virtudes, e a lembrança da distinção, com que nasceste, para sempre serem nobres as tuas ações, teme os Deuses, ama constante o decoro, despreza o ócio, e serve o teu destino. Ao que Hemirena só respondia com o pranto. E voltando Diófanes os tristes olhos para Climinéia: Consorte amada (lhe disse) vive, e conserva na fortaleza do ânimo o melhor instrumento para as vitórias, e resiste fiel aos assaltos da desventura. A estas palavras respondeu a aflita Climinéia, apertando a seus braços ora a Diófanes, ora a Hemirena: Consorte amado, querida filha, filha das minhas entranhas, eu vos deixo; mas não eu, que o fado adverso de vós me aparta. Ai de mim! Vivo, morro, sonho, ou que sinto? O Deuses benigno, o vosso poder me ampare. Chegava suavemente o rosto ora a um, ora a outro, que reciprocamente em lágrimas se banhavam, quando já aqueles tiranos enfadados de tão larga despedida os separaram; e deixando a Hemirena desmaiada, levaram Climinéia, que enquanto o permitiu a distância,
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