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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/275

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e como há dias, que observamos que os Céus com auspícios felizes anunciam o nosso remédio, não venha a covardia a disputar-te o merecimento. Vede, soberano Senhor, (lhe repliquei) que os Deuses não só se não servem deste sacrifício, mas com ele será mais crescida a sua indignação, pois são obrigados a defender-me; e que não basta que um astro me esteja prognosticando a morte, e que outros muitos me vejam com igual aspecto, se ao mesmo ponto as Estrelas desconhecidas com opostas influências destroem os que à morte me conduzem. Qual seria a glória de grande Tebas, se não nascera um Epaminondas, que soube melhor livrar de opressões ao seu povo; e se acaso determinais que se execute essa crueldade, vos juro pelos Deuses benignos, que se há de conjurar contra vós os Céus, e virão sobre vós os raios, que forjou Vulcano, para que vejais que o meu sangue não só não aplaca, mas aumenta a sua ira. Estas palavras ouviu o Rei, como que lhe faziam impressão, e mandou aos guardas, que me recolhessem: toda a noite se ouviram vozes acompanhadas de suaves instrumentos. No dia seguinte me foram revestidos para aquele ato, e me levaram para o Templo de Júpiter, onde já se achava inumerável povo, e o Sacerdote venerando, que devia fazer o sacrifício.