longe via; até que cheguei à bem aventurada habitação dos justos, onde descansavam os bons Soberanos, que sabiamente governavam os vassalos, e separados dos outros justos, gozavam muito maior felicidade, e em deliciosos bosques matizados de belíssimas flores, guarnecidas de líquidos cristais, onde a fragrância, a frescura, e doce harmonia das aves formavam uma inexplicável delícia, assistiam aqueles bons Príncipes; ali parecia não chegar a aspereza do inverno, nem o ardente rigor da canícula. Não lembrava a guerra, pois tudo era paz, nem o dia se acabava, pois eram ali constantes os resplendores. Não se viam vestígios de ódios, vinganças, zelos, temor, ou inveja: junto aos bem aventurados se difundia a agradável luz, que as alimentava, a qual tanto a eles se interna, e incorpora que a respiravam, a viam, e a sentiam, de que nascia aquela tranqüilidade infinita, onde jamais se via a morte, enfermidades aflições, temores, ou remordimentos, nem podiam interromper aquela felicidade as esperanças, discórdias, ou pesares, porque era imutável; a alegria eterna, e a glória Divina, que sempre neles se renovava, recordando o auxílio, e favor dos Deuses, que os fizeram ir pela mão de virtude para acertarem o caminho entre tantos perigos.
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