benignas quiseram que tivésseis emprego, para que vos servísseis da sabedoria, despertando os vassalos, para que a amassem; das virtudes, para que fosseis modelo de um Príncipe justo; do entendimento, para que o tempo admire um governo perfeito: da magnanimidade, para que désseis exemplos de fortaleza; e do esforço, para que animásseis os soldados mais com ações de generoso valor, que com palavras de vaidoso capricho.
Os homens admiráveis, que têm havido no Mundo, quase todos se fizeram com os trabalhos, com os livros, e nos Reinos estranhos, porque os infortúnios dispõem para compadecer, e moderar as paixões: os bons livros fazem que o entendimento abra os olhos, que o homem se veja, e que aprenda a merecer; e a ausência da pátria castiga os ânimos afeminados, ensina com a experiência, faz crescer os homens, para que conheçam, e sejam conhecidos, Sócrates não consentia que os seus discípulos dissessem qual era a sua terra; e os bons insulanos Agitas não declaravam serem nacionais daquela Ilha, enquanto não faziam alguma ação admirável; assim que é mais louvável, que não torneis à pátria trabalhando, para que ela