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URBINO VIANNA

pae, fôra um outro, mais afastado do rio, para

dentro da caatinga.


Este de hoje, á margem do São Francisco, era

em 1730 dito de Domingos do Prado. O da caatin-

ga dizia-se arraial velho de Januaria Cardoso, he-

rança de seu pae, transferido para o ribeirinho,

que se chamou arraial novo. Para este passou-se

Januario e ahi edificou moradas e construir a

Igreja, que é um bello templo, onde esta sepul-

tado [1].


Athanazio Brandão é, pelos seus excessos,

chamado a justificar-se perante o vice-rei Vasco

Cezar de Menezes, ao que se conclue de uma pe-

tição e despacho de 11 de Outubro de 1723, tran-

scriptos no Livro de portarias existente no Arch.

da Bahia.


Em 1732, é degolado no pelourinho, por al-

legar nobreza, o Coronel Francisco Dias do Prado,

que era outro regulo; recebendo-se embargos de

seu irmão, o mestre de campo Domingos Dias do

Prado, tambem condemnado á morte pelos seus

crimes. Foram ambos capturados em 724.

Individualidade que merece referida é Este-

vam Raposo Boccarro, pois foi quem abriu, pelo

  1. A 2 de Janeiro de 1926 visitamos a sepultura de Januario Cardoso na Igreja da Conceição, de Morri- nhos, a que cobre uma lapide, já sem inscripção, parti- da, medindo 76 cm. de largo por 90 cm. de comprido. Está ao pé do altar, depois de subidos os degraus: entre o ultimo e o estrado. A pedra é um schisto calcareo; e, talvez não seja a primitiva.