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Página:Batalha de Oliveiros com Ferrabraz.pdf/26

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Quando Oliveiros olhou.
Que viu que o turco era espia
A toda carreira ia
Oliveiros exclamou
Inda bem não se acabou
A primeira que peguei
Vem outra e aceitarei
Haja o que Deus for servido
Tudo é por Deus permitido
Por Deus eu tudo farei.

Disse ao turco o meu destino
Era fazer-te chistão.
Mostrar que a religião
E’ um baluarte fino
E’ o protector divino
Não desampara ninguem
De seu grande poder vem
A felicidade humana
Daquella mão soberana
O que se deseja tem.

Meu desejo éra levar-te
Para a terra de christão
Depois de uma confissão
Na igreja baptisar-te
Sou obrigado deixar-te
Ferrabraz poz-se a chorar
Disse se eu podesse andar
Mas oh! que estou tão ferido
E nessa mata perdido
Morro sem me baptisar.

Disse Oliveiros me basta
Esta mesma que possuo
Porque com ella eu concluo
O que só o tempo gasta
Porque elle é quem arrasta
A vida do inimigo
Por mais que seja o perigo
Para mim perde a acção
Porque ella em minha mão
Só perde por um castigo.

Disse o hoste dos guerreiros
Não posso te falar mais
Disse em pranto Ferrabraz
Parte com Deus Oliveiros
Orgulho dos cavalleiros
Misterio da criação
Amparo de uma nação
Apostolo firme da fé
Culumna que traz em pé
Corôa, gloria e brazão.