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Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/103

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Era imensa a perda que acabava de sofrer aquele coração: além de Estêvão Velho, tinha já perdido um genro e dois filhos; mas lembrou-se que possuía ainda dois, um de 13 e outro de 14 anos; chamou-os e lhes dirigiu estas sublimes palavras cheias de nobreza e heroicidade:

“A Estêvão tiraram hoje a vida os holandeses, e posto que, filhos meus, perdi já três e um genro, antes vos quero persuadir, que desviar da obrigação precisa aos homens honrados, numa guerra onde tanto servem a Deus com a el-rei, e não menos a pátria; pelo que cingi logo a espada; e a triste memória do dia, em que a pondes na cinta, esquecendo-vos para a dor, só vos lembre para a vingança, matando ou sendo mortos tão esforçadamente, que não degenereis desta mãe e daqueles irmãos!”

“Com admirável constância”, diz o historiador da guerra brasílica, Brito Freire, “fazendo-se logar entre as insignes matronas da nação portuguesa, que em todos os séculos celebrou tanto a fama, aprenderam desta mulher a ser valorosos os homens.”

“Este exemplo de patriotismo”, escreve o conselheiro Baltasar da Silva nas suas Notas biográficas, “é digno de eterna memória, porque elevou seu nome tão gloriosamente nos fastos brasílicos, preferindo a salvação da pátria ao amor filial.”

“Procedimento sem dúvida”, acrescenta monsenhor