Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/104

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Pizarro nas suas Memórias históricas, “mais ilustre que o da celebrada matrona lacedemônia, de quem se conta, que ciente da morte de um filho na batalha, pelejando pela pátria, mandou outro substituir o lugar. Ejus locum expleat frater (Irá seu irmão ocupar o seu lugar)!”

Os filhos de tão generosa mãe não desmentiram de seu ânimo varonil nem de sua constância patriótica; ambos eles se mostraram dignos dela, de seus valorosos irmão e de sua pátria, e souberam nobre e esforçadamente cumprir a recomendação, que ela lhes fez naquela hora tão solene e de tão santa e heróica abnegação.


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Nasceu dona Rosa Maria de Siqueira na cidade de S. Paulo, no ano de 1690. Seus ricos e nobres pais, Francisco Luís Castelo Branco e dona Isabel da Costa e Siqueira, curaram de lhe dar uma não medíocre educação. Ligada por laços conjugais ao desembargador Antônio da Cunha Souto Maior, cavaleiro professo na ordem de Cristo, passou à cidade da Bahia, em companhia de seu consorte, e ali, em princípios de dezembro de 1713, embarcou em a nau Nossa Senhora do Carmo e Santo Elias com destino a Lisboa.

Montava essa nau 28 peças; ia carregada de açúcar, tabaco e coirama, e levava a seu bordo 119 pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Tendo feito boa viagem,