que lhe adoçava o cálice de absinto e que lhe emprestava a luz de seus olhos para guiá-la pelo escabroso do caminho da virtude, pagou também o tributo à natureza. Pungida pela saudade motivada por tão sentidas catástrofes exalou tanta dor em contínuas endeixas repassadas da mais doce melancolia:
Os olhos de meu pai, da mãe terníssima
Perspicazes velavam meu destino:
E assim meus débeis passos se afoitavam...
Seus desvelos, carícias, seus cuidados
Da minha idéia desviavam sempre
A extensão dessa perda, que eu sofria,
Cheguei a ser feliz, amar a vida...
Porém desse meu ser mesquinho e fraco
Os esteios caíram finalmente,
Horrível mão da morte arrebatou-nos
Foi, perdendo-os, que eu vi, que nada via...
E assim, duas vezes de meus olhos
Vi sumir-se essa luz maravilhosa,
Essa luz, que procuro, e que não acho...
Já então se havia tornado improvisadora, como a famosa alemã Ana Luísa Karschim e atraía a atenção de seus compatriotas; bem depressa a imprensa divulgou-lhe as poesias, popularizou-lhe o nome. Naquele soneto que começa:
Quem te fala, senhor, quem te saúda
Não vê raiar de Febo a luz brilhante,