contra os seus vizinhos, como as feras de seus próprios bosques.
Senhor da língua geral, falada em toda a costa do Brasil, acabou Diogo Álvares por ganhar a completa obediência dos selvagens em razão do desenvolvimento de sua inteligência e tratou de lançar entre eles os fundamentos de uma povoação mais sólida, ou menos nômade.
Mereceu a sua atenção o sítio da Graça, pouco distante da praça onde agora existe a igreja paroquial da Senhora Vitória, conhecida ainda hoje por Vila Velha, denominação que começa a cair em esquecimento.
Conta-se que Diogo Álvares ali fizera construir novas cabanas, muito mais decentes ao recato das famílias e que aproveitando-se dos fragmentos de seu navio, erigiu uma rústica capela, dedicada a Nossa Senhora da Graça, na qual hasteou o pendão da remissão da humanidade.
Era Diogo Álvares o alvo de todas as atenções, e os chefes das diversas aldeias tupinambás o solicitavam para esposo de suas filhas; aceitou, porém, o feliz e jovem português a mão de Paraguaçu, a filha do chefe que primeiro o recolhera e cuja hospitalidade tão fatal lhe poderia ter sido.
É voz ainda hoje que abordando aquelas praias um navio francês desses que se empregavam no tráfico do brasil, permutando-o pelas mais fúteis mercadorias da indústria européia, aproveitara-se Caramuru do oferecimento do capitão e transportara-se à França com a sua Paraguaçu.