Página:Capitulos de historia colonial (1934).djvu/206

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deficiente e nem sempre fidedigna crônica de Simão de Vasconcelos, que vai só de 1549 a 1570. O que se encontra nas crônicas gerais, ânuas e outras publicações reduz-se às poucas páginas reunidas por A. H. Leal na Rev. Trim. do Inst. Hist. Biografias como as de Anchieta, Almeida, Vieira, Correia, pouco adiantam. Uma história dos jesuítas é obra urgente; enquanto não a possuirmos será presunçoso quem quiser escrever a do Brasil.

Nas suas diferentes casas devem ter ficado numerosos e importantes documentos, que o desleixo ou propósito aniquilou; salvaram-se apenas os títulos de suas propriedades. A julgar por algumas publicações e documentos fornecidos a Eduardo Prado e a Studart os arquivos europeus devem ser ricos.

Enquanto não se fizer a luz sobre tão obscuros assuntos, um juízo definitivo a respeito da famosa ordem pecará pela base. Em todo caso pouca, muito pouca inteligência revelam os ataques dirigidos contra ela. Instintivamente a simpatia volta-se para os discípulos e companheiros de Nóbrega, Anchieta, Cardim, Vieira, Andreoni, os educadores da mocidade, os fundadores da linguística americana.


O mappa annexo foi extrahido da Recopilação de noticias soteropolitanas e brasilicas, escriptas em quatro volumes, acompanhados de dois de cartas geographicas, por Luis dos Santos Vilhena, professor de grego na capital da Bahia, em começos do seculo passado. O precioso codice, pertencente outrora á bibliotheca dos condes de Linhares, é hoje propriedade de José Carlos Rodrigues, que gentilmente permittiu a divulgação do interessante inedito.

Seria conveniente organizar trabalho semelhante para as outras capitanias do Brasil. Emquanto isto não se faz, pode prestar algum serviço a lista seguinte das aldeias existentes antes da revolução pombalina.

A lista do Pará e Amazonas refere-se a 1751; compo-la João Antonio da Cruz Diniz Pinheiro, e publicou-a J. Lucio de Azevedo, Os Jesuitas no Grão-Pará, Lisboa 1901. Ha nella mais de um equivoco.

Os Jesuitas administravam no Pará as aldeias de Caeté, Maracanã, Cabú, Vigia, Mortigura, Sumauma, Araticú, Aricuru, Aricará, no Amazonas; Itacuruçá, Pirauiri, Aricará no Xingú; Tapajós, Borari, Camarú, Santo Ignacio e S. José, no Tapajós; Abacaxi e Trocano , no Madeira.