Página:Caramuru 1781.djvu/170

Wikisource, a biblioteca livre


LXIX

Não te cedera, não, dos nossos peitos
A varonil constância em guerra humana;
Nem da morte tememos os efeitos,
Se a contenda não fora sobre-humana;
Rendemos-te fiéis nossos respeitos,
Depois que o teu valor nos desengana
Que em teus combates todo o céu te assiste;
E a quem socorre o céu quem lhe resiste?

LXX

As nações do sertão, já convencidas,
Põem a teus pés os arcos e as espadas.
Suspende o raio teu; protege as vidas
Desde hoje ao teu império sujeitadas.
E, se tens, como creio, submetidas
As procelas, as chuvas e as trovoadas,
Não espantes com fogo a humilde gente,
Mas faze-nos gozar da paz clemente.

LXXI

A teu comando estão sem replicar-te
Os povos deste vasto continente;
E farás com teu nome em qualquer parte
Que te obedeça a valorosa gente.
Faze com o favor que haja do amar-te,
Como a tens com terror feito obediente;
Que, se troveja o céu na esfera escura,
A luz manda também formosa e pura."