Arabi, e não se imagina facilmente a apopletica indignação que ellas causaram á França republicana e á livre Inglaterra. Arabi foi considerado uma féra. Na Bolsa de Pariz, no Stock-exchange de Londres, onde os fundos egypcios tinham descido, pedia-se com energia a suppressão immediata d’esse iniquo aventureiro.
Os gritos estridentes dos estrangeiros no Egypto, ameaçados nas suas pessoas e nos seus privilegios, enterneciam a Europa.
As potencias occidentaes trocaram as suas vistas, segundo a hedionda phrase diplomatica, e concordou-se que o Egypto estava em anarchia. O Khediva, esse já se declarara coacto, e urgia descoactar rapidamente esse amavel principe, tão doce ao estrangeiro. A Inglaterra e a França, pois, (paizes que dizem ter interesses superiores no Egypto) mandaram as suas esquadras ás aguas de Alexandria, para aterrar Arabi. Póde-se perguntar até que ponto seis couraçados, sem tropas de desembarque e ancorados n’uma bahia, conseguiriam atarantar um ministro da guerra, seguro no Cairo, a dez horas de caminho de ferro, cercado de vinte mil homens de tropas regulares, apoiado por quatro milhões de população fellah, alliado aos grandes chefes beduinos, e sanctificado pela approvação religiosa dos Ulemas...