Veem d’ahi o resultado: os agitadores da Irlanda, os seus prophetas, os seus chefes apossaram-se com enthusiasmo d’esta regeição da camara dos lords — e utilisaram-n’a tão habilmente, como Antonio utilisou a tunica ensanguentada de Cesar. Foram-n’a mostrando á plebe indignada, por campos e aldeias, gritando bem alto: «Aqui está o que fizeram os lords, os vossos amos, os vossos exploradores! A primeira proposta justa, em bem da Irlanda, que se lhes apresenta, repellem-na! Querem manter-vos na servidão, na fome, no opprobrio das velhas edades, no estado da raça vendida! Ás armas!»
E desde então a Irlanda prepara-se ardentemente para a insurreição: apesar dos cruzeiros que vigiam a costa, todos os dias ha desembarques de armas; o dinheiro, os voluntarios affluem da America; pelos campos vêm-se grupos de duzentos, trezentos homens, de espingardas ao hombro, fazendo exercicios como regimentos em vesperas de campanha; ainda que seja agora a epoca das colheitas, a população não está nos campos, está nos meetings, nos clubs; e os tribunos, os agitadores, prodigalizam-se sem repouso. Não falta, decerto, a estes homens nem coragem, nem aquella eloquencia pathetica que faz passar nas multidões o arrepio sagrado. Um d’elles, Redathd, exclamava ha dias:
— Dizem-nos a cada momento: sêde justos, pagae