visto, e de que o snr. Inocêncio Francisco da Silva teve alguma notícia.
O snr. Herculano publicou dois extensos fragmentos daquele inédito, que o encaminhou em conjecturas tam judiciosamente depreendidas, quanto competia a espírito de tanta lucidez e rara intuïção. [1]
Sem embargo, a causa da prisão de D. Francisco Manuel de Melo não ficou dilucidada.
Também eu possuo o inédito, cujos fragmentos o snr. A. Herculano acompanhou de louvores tam dignos quanto honradores da memória de D. Francisco.
E, se outros documentos escritos por mão coetânea me não ilucidassem, êste bosquejo biográfico não iria adiantar nada ao que é já sabido àcêrca do grande escritor, prêso tantos anos, e não poucos desterrado.
As notícias, que encontrei, desatam tôdas as dúvidas, alumiam os pontos obscuros de vingança tam prolongada e desacostumada con fidalgos do porte de D. Francisco Manuel de Melo, ainda parente da casa de Bragança.
Posso afoitamente dizer que tenho bem travadas as scenas do drama em que tam inocente e ilustre vítima foi imolada.
II
Abstenho-me de esmiuçar os lanços mais notórios da vida do insigne soldado, diplomata e escritor.
São de sobra conhecidos das relações do abade de
- ↑ Veja Panorama (de 1840) pag. 170 e 294.