Eis, porém, que em 1881, no meio das incertezas de uma época de transição igual á que determinou o movimento de 1830, aparece o Mulato, primoroso romance de cunho nacional, impresso no Maranhão e firmado por um joven desconhecido — Aluizio Azevedo. Comprehende-se o tumulto que esse facto, aliás natural e simplissimo, levantou entre os crentes da liturgia romantica. Entretanto, a critica, honra lhe seja, não hesitou e abriu os braços ao valente nortista que lá vinha timido, mas confiante, rumo do Sul. Um verdadeiro successo o aparecimento do Mulato, não obstante a má vontade e a hypocrisia sanhuda do jornalismo ultramontano! Era natural que, desbastado o caminho, surgissem outros romancistas da tempera de Aluizio, e o Brasil conquistasse, emfim, um logar honroso entre os paizes cultos. Engano. Formaram-se conciliabulos, architectaram-se planos de vida litteraria, crearam-se revistas, a bohemia do Londres jurou imitar o maranhense, e, finalmente, Aluizio Azevedo não teve companheiro na sua audaciosa jornada. Tempos depois, quando aquelle escriptor já contava um bom numero de leitores que o amavam, é que vieram os livros do Dr. Ferreira Leal (*), o Atheneu de Raul Pompéa e o Lar, o celebre Lar do corajoso Sr. Pardal Mallet. (") Supp'ích di um marido e Um homem gasto.
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