— Velha? Dê-me então a sua benção...
Lúcia sorriu e estendeu-lhe a mão, que ele beijou avidamente, ficando depois e examiná-la, como se contemplasse uma obra de arte.
— É feia... disse a senhora — é comprida demais e magra.
— É adorável! desmentiu o estudante. E tornou a beijar, com exagerado transporte, a mãozinha que conservava entre as suas.
— Está bom. Chega! Para bênção já basta! E ela puxou o braço. — Deve estar a surgir o batalhão de seus enfermeiros! Adeus.
— Eu os trocaria a todos por ti, minha santa!
— Isso é o que havemos de ver! replicou ela intencionalmente. E saiu do quarto.
Coqueiro, que chegou logo depois, percebeu que Lúcia acabava de estar ali, mas não deixou transparecer a sua contrariedade.
— Então?! perguntou.
O doente fez uma careta de desânimo.
— Tiveste alguma novidade durante a noite?
— Nenhuma, respondeu Amâncio.
— O remédio, tomaste-o?
— Tomei.
Coqueiro deu uma volta pelo quarto, para demorar um pouco mais a visita, e disse frouxamente:
— Bem, tenho que ir pras aulas. Até já! — Loló e Amelinha não tardam por aí.
E retirou-se, a gritar desde cima pela mucama: — Que viesse arrumar o quarto do Sr. Dr. Amâncio!
Mme. Brizard e Amelinha, com efeito, não tardaram a aparecer, falando muito sobre o terror que a moléstia de Amâncio produzia nos outros hóspedes, confessando as maçadas que tiveram as duas na véspera; e, por fim