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Página:Casa de Pensão (1899).djvu/218

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a mais velha desceu para cuidar da casa e a menina ficou para tratar do enfermo.



João Coqueiro, à volta da academia, chamou a mulher ao quarto e perguntou-lhe, cruzando os braços e sacudindo a cabeça:

— E o que me dizes tu da Sra. D. Lúcia?...

Mme. Brizard respondeu com um movimento de ombros.

— Bem desconfiava eu!... ajuntou o especulador, depois de uma pausa. — Acredita, Loló, que desde a chegada do Amâncio, tive cá um palpite de que aquela mulher seria um estorvo para os nossos projetos!

A francesa fez um esgar de dúvida. E o esposo acrescentou com raiva:

— Pois se ela não o larga um só instante! Leva a escorá-lo, o demônio!

— Não acreditas que Amelinha se deixe codilhar assim só!... observou a esperta locandeira.

— Ora qual, volveu o outro, zangado. — Ninguém me tira da cabeça que esta mudança do rapaz para o segundo andar, foi coisa arranjada por aquela sirigaita!

E, tendo percorrido três vezes o quarto, parou de repente, muito agitado:

— Mas comigo, bradou — está enganada! Tenho a faca e o queijo na mão! Posso despachá-los, quando bem entender, a ela e mais o bolas do tal marido! E nem preciso inventar pretextos para os pôr na rua, porque eles já devem aí perto de dois meses!

— Pois nós havemos de perder esse dinheiro?! interrogou Mme. Brizard assuntando-se.

— Sim, mas é que eu não os deixo ir, sem ficar garantido! E se quiserem fazer de espertos, confisco-