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A «CRUZ DE OURO»

ceu a criada. Confabularam em voz baixa.

— Não póde ser, disse a Liberia, está cá sêo coronel Nho Gué.

Liberato fez uma careta.

— E amanhã? perguntou.

— Amanhã é a vez do dr. Izidorinho.

— E depois d'amanhã?

— Quarta-feira? Deixe ver — fez calculos nos dedos e disse: quarta-feira é o dia de séo Gonçalves.

— E quinta?

— Pois as quintas não sabe que são de sto Totó?

Liberato não desanimou.

— E domingo?

A criada despejou uma gargalhada sonorosa.

— Os «home»! Pois então sinházinha não ha “de ter um descansinho na «somana»?

E fechou-lhe a porta na cara.