com um sorriso camarada e fomos andando, entre criados de blusa azul e varredores. A um canto, um duo americano preparava-se para entrar em cena. As portas dos camarins abertas, as chanteuses esperavam todas pintadas, as mãos nervosas. O barão bateu à porta do camarim da princesa:
- Go in...
E nós entramos. O pequeno espaço recendia todo a um inebriante perfume de sândalo, e havia por toda a parte uma orgia floral! - rosas vermelhas, rosas brancas, catléias crispi estendendo os tentáculos de neve, lírios vermelhos com os pistilos amarelos, angélicas, anêmonas, cravos, tuberosas - e enramando a olência desse deboche de flores, o fino desenho, a renda anêmica das avencas verdes. Na redolente atmosfera, afundada no divã, envolta numa toalha de felpo, surgia a figurinha de bronze da princesa indiana, e a princesa chorava. Grossas lágrimas corriam dos seus olhos de deusa Isis e adejando as mãos ela soluçava.
- Oh! my dear, sweet heart, ce chien... ele não veio.
- Quem?
- O de ontem, aquele de ontem. E não pagam. Dizem que é pela minha cor. Há muitos aqui. It is very, Belfort? Mon petit, c'est vrai?
Abriu os braços como uma boneca, emborcou num choro convulso: