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Senhor, — eu estou bem persuadido de ter dado
muitas provas a V. A. de que venero, amo,
e respeito a sua serenissima pessoa: animado com
esta certeza rogo a V. A. por tudo quanto lhe mereço,
queira dignar-se de fazer levantar logo aquelle
funesto Interdicto, dando para esse fim as ordens
necessarias sem a menor perda de tempo, não
esperando attenção, nem obediência da parte do
snr. bispo do Porto, nem dos seus ministros: logo
que V. A. passar as ordens, se dignará participar
a ElRei essa noticia, pela Secretaria d'Estado dos
Negocios do Reino. Repito outra vez a lemhrança
de toda a brevidade possivel, a fim de que os
povos daquella cidade do Porto, e seus suburbios
sejam immediatamente restituidos ao seu antecedente
socego, e livre exercicio da Religião. Assim o
espero da bondade, virtudes, e religião de V. A.:
finalmente, que me honre com os seus preceitos,
e favoreça com a sua santa benção. Deus guarde
a V. A. por muitos e felizes annos. Lisboa no Paço
a 4 de Outubro de 1743. Beija as mãos de V. A.
com a maior submissão, e mais obsequioso respeito.
Alexandre de Gusmão.