Algum tempo depois o outro rapaz chegou a casa do irmão, mas como ambos eram muito parecidos (só este tinha na face um signal) a cunhada facilmente o tomou pelo marido e deu-lhe pousada n’essa noite.
Ao outro dia estavam ambos á janella e o cunhado ao avistar a torre velha, perguntou:
— Que torre é aquella?
— Já te disse, homem, que
Era a torre de Babylonia
Quem vae lá nunca mais torna.
— Pois heide eu lá ir e heide voltar.
Apromptou-se exactamente como o irmão, e marchou em direcção á torre. Assim que a velha o viu, disse-lhe para prender o leão ao cabello. O rapaz fingiu que o prendia, mas deixou cair o cabello. Então a velha correu para elle. O rapaz disse:
— Avança meu leão!
E a velha:
— Engrossa meu cabellão.
O cabello não engrossou e o leão avançou. A velha:
— Não me mates, que eu dou-te muitas riquezas.
O cavalleiro não se importava. A velha:
— Não me mates, e aqui tens um vidrinho que desencanta todas as pessoas encantadas na torre.
O cavalleiro recebeu o vidro; mandou avançar o leão, e matou a velha. Depois desencantou todos que estavam na torre. O irmão, porém, apenas soube que a mulher por engano havia quebrado os laços conjugaes, assassinou o seu salvador.
(Porto.)