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CONTOS CARIOCAS


Onde é que mora? Attenda á minha voz amiga!
São Diogo, São Francisco ou São Christovão!
[Diga:
Qual destes santos? Hein? Talvez Todos-os-San-
[tos!
Responda por quem é, sinhá dos meus encantos!
Vae ao Sampaio? ao Rocha? ao Cupertino? Fale!
Da sua meiga voz a musica me embale!
A Sapopemba vae? salta na Cascadura?
Cala-se? Que tortura!
Meu amor vae ficar no Meyer!... Acertei!
Respondeste: Não sei. —

 Durante a nossa longa viagem,
Outra resposta não te arranquei!
— Vamos, bemsinho! vamos! coragem!
Alguma coisa diga! — Não sei. —

Como deixasses que a mão fremente
Eu te apertasse, bem t’a apertei...
— Não sente nada? Diga: não sente
Estes apertos de mão? — Não sei. —

— Diga, meu anjo, minha alegria,
Se uma esperança ter poderei...
Deve este affecto ser pago um dia?
— Não sei. — Não sabe? Por que? — Não sei. —

O trem deixámos. Sombrio atalho
Como tomasses, tambem tomei.