Mas não achou, depois de muita pena,
Maestro que a quizesse pôr em musica,
Empreza que a quizesse pôr em scena.
Escreveu em seguida tres comedias
E um drama... não me lembro em quantos actos...
Uns cinco, seis ou sete... e tinha epilogo...
Gastando em vão a sola dos sapatos,
Debaldo cortejou tres emprezarios:
De palco em palco o pobre autor corrido,
Metteu na pasta as producções dramaticas.
Minto: certo emprezario que vencido
Pelo cansaço foi, poz-lhe os Dois bebedos,
Peça com que não se arriscava nada,
A representação, primeira e ultima,
Ficou por todo o sempre assignalada
Por um charivari medonho e sério.
Si a comedia tivesse mais um acto,
Talvez nenhum actor ficasse incolume,
Nenhum banco talvez ficasse intacto!
Dias depois, de certa folha publica
No copioso e lido noticiario
Dizia-se, a respeito dos Dois bebedos,
Que um bebedo era o autor, o outro o emprezario.
Mas a esperança não deixou Rogerio,
E elle, febril, sequioso de renome,
Por diante foi! Visou todos os generos