Saltar para o conteúdo

Página:Contos em verso.djvu/142

Wikisource, a biblioteca livre
124
CONTOS CARIOCAS


Cuidadinho! vê lá! se não te emendas,
Si continúas a beber nas vendas,
Ponho-te a andar, fecho-te a minha porta!
Morre p’ra ahi na rua!
A mim que bem me importa?
Mas, se queres entrar no bom caminho,
Nesta casa que foi, que não é tua,
Tudo terás, menos mulher e vinho.
Perdera ha muito o attonito Fabricio
Da dignidade o ultimo resquicio.
Tremulo, humilde, de cabeça baixa,
Tal qual o criminoso quando se acha
Do juiz na presença, ficou mudo,
Conformado com tudo.

VI

Quando viu a criança,
Naturalmente perguntou quem era...
Uma idéa terrivel de vingança
Passou pela cabeça de Severa.
Então, leitor, que queres?
Embora vivas a caçar verdades,
Não saberás de que perversidades
São susceptiveis todas as mulheres
Mesmo quando são anjos. O menino
Que estás vendo, é meu filho! exclamou ella,
Vê como é vivo, nedio, purpurino!
Uma criança quem já viu mais bella? —