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CONTOS BRASILEIROS


IV
 

Eis que chega a hora do enterro,
Já está mettido o corpinho
Num pobre caixão de pinho
Com quatro argolas de ferro.

Com ar de muito criterio,
Todas de vestidos brancos,
Quatro meninas, aos trancos,
Conduzem-no ao cemiterio.

Na frente o nedio vigario
Os passarinhos espanta
Pelo vigor com que canta
O latim do seu breviario.

Quando o caixão, entretanto,
Os umbraes transpõe da porta,
Maria tudo supporta
Sem desperdicio de pranto,

E mais uma vez implora:
— Se me dás este anjo vívo,
Teus uma toalha de crivo,
O’ minha Nossa Senhora!