E a fantasia prodiga nos trouxe
Materia para innumeros romances.
Ouvindo-lhe as promessas mais ardentes,
Eu viajava por ignotos mundos
Durante as entrevistas innocentes
Que ella me dava no portão dos fundos.
Os passarinhos, nessas entrevistas,
Bregeiros, saltitantes, indiscretos,
Repetiam, sonisonos coristas,
O estribilho gentil dos nossos duetos.
Porém um dia um molecote, astuto
Mensageiro das nossas garatujas,
Os passarinhos transformou — que bruto! —
N’uma alcateia de horridas corujas!
Deixou que o velho e honrado pae, sentindo
De occulta carta accusador perfume,
Interceptasse este bilhete lindo:
«Hoje, no sitio e ás horas do costume.»
Houve-pudéra! — enorme barafunda!
A moça teve uns oito faniquitos,
O moleque apanhou tremenda tunda,
E ambos soltaram pavorosos gritos.