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Página:Contos fluminenses.djvu/66

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Um dos seus amigos, José Pires, propôz um passeio a Botafogo para distrahir as melancolias de Soares. O rapaz aceitou. Mas o passeio a Botafogo era tão commum que não podia distrahil-o. Lembrárão-se de ir ao Corcovado, idéa que foi aceita e executada immediatamente.

Mas que ha hi que possa distrahir um rapaz nas condições de Soares? A viagem ao Corcovado apenas lhe produzio uma grande fadiga, aliás útil, porque, na volta, dormio o rapaz a somno solto.

Quando acordou mandou dizer ao Pires que viesse fallar-lhe immediatamente. D’ahi a uma hora parava um carro á porta: era o Pires que chegava, mas acompanhado de uma rapariga morena que respondia ao nome de Victoria. Entrárão os dous pela sala de Soares com a franqueza e o estrepito naturaes entre pessoas de familia.

— Não está doente? perguntou Victoria ao dono da casa.

— Não, respondeu este; mas por que veio você?

— É boa! disse José Pires; veio porque é a minha chicara inseparavel... Querias fallar-me em particular?

— Queria.

— Pois fallemos ahi em qualquer canto; Victoria fica na sala vendo os albuns.

— Nada, interrompeu a moça; nesse caso vou--