senhor, juro-te que cumprirei a minha palavra.»
Confiado n'isto o rachador de lenha foi à cidade, e voltou com uma corda muito comprida, que deixou correr dentro do abysmo. O leão atirou-se a ella, e suspendeu-se com uma tal energia que o lenheiro julgava que era o intendente.
Quando chegou acima, o leão agradeceu ao seu salvador com a maior amabilidade, e foi-se embora à procura de jantar, porque tinha fome.
Antonio deitou outra vez a corda ao fundo do poço, e, julgando tirar o governador, enganou-se, porque era o lobo; á terceira vez subiu a serpente; foi necessário fazer uma quarta tentativa, para sair o governador. Este não perdeu tempo em agradecimentos, e partiu a correr para o palacio. O jornaleiro voltou para casa, e contou à mulher tudo o que se tinha passado, não lhe esquecendo, é claro, as brilhantes promessas do intendente. No dia seguinte logo pela manhã, foi o pobre homem bater à porta do palacio. O porteiro perguntou-lhe o que queria.
— «Faça-me o favor, respondeu o rachador de dizer a s.ex.ª o intendente que o homem com quem elle esteve hontem na floresta lhe deseja fallar.»
O porteiro foi levar o recado, mas o intendente zangou-se, e exclamou:
— «Vae dizer a esse homem, que eu não vi ninguem na floresta; que se ponha a andar, porque o não conheço.»
O porteiro voltou, e repetiu o que o governador lhe tinha dito.
O pobre homem tornou para casa mui descor-