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DA FRANÇA AO JAPÃO
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ultimamente, o governo do Imperio resolveo estabelecer legações e consulados nos principaes paizes da Europa e nos consta, que noventa mandarins forão designados para occuparem estas dignidades nos mesmos paizes, que apenas a annos, os chins denominavão «barbaros».

A boa disposição que o actual governo mostra, para com as instituições estrangeiras, é sem duvida devida a um homem poderosissimo da China, que sendo estrangeiro, soube captar a confiança dos chins e elevar bem alto a civilisação do occidente. O Sr. Roberto Hart chamado á China para crear e administrar o serviço das alfandegas do imperio, soube, em poucos annos, elevar as rendas das alfandegas, que antes rendido algumas centenas de dollars, à trinta e seis mil contos de réis annuaes, porém, depois de ter dispensado do serviço das alfandegas os filhos do céo, que forão substituidos pelos europeos.

As principaes alfandegas do celeste imperio são: a de Shangaï, Kien-Kiang, Fou-Chào, Cantão, Tai-Onan, Chin-Kiang, Nuig-Po, Chi-Fou, Tien-Tsin e Amoy.

Em 1869, os objectos importados representavão um valor de duzentos e quarenta mil contos de réis, e os artigos de exportação o de duzentos mil contos; elevando-se a receita das alfandegas á importante somma de trinta mil contos de réis que foi com o mais delicado escrupulo entregue pelo Sr. Hart ao governo da China.

Apezar da grande influencia de que este cavalheiro dispõe, não lhe foi ainda possivel decidir o governo a consentir na exploração das importantes minas de carvão do Pe-Tchi-Li e da ilha Formosa, entretanto, o preço da tonellada d’este mineral eleva-se muitas vezes á quarenta mil réis e mesmo, raras vezes, os paquetes e navios a vapor encontrão á venda em Shangaï e em outros portos da China o carvão de que necessitão, soccorrendo-se dos depositos das Messageries ou da Companhia peninsular.

Devíamos partir de Hong-Kong no dia 25 de Setembro