contramos todos os confortos de que gozão as ricas familias do Japão: o pavimento era coberto com finas esteiras, as paredes douradas, e as salas ornadas com bellos vasos de porcellana, e ricos objectos em bronze.
Formamos de novo o roda, fumamos nos seus cachimbos, e apreciamos deliciosas chavenas de chá, as quaes, cada uma, apenas poderia conter duas colheres do liquido.
Durante uma hora que ahi permanecemos, podemos avaliar a delicadeza, e a mais prudente descripção, que caracterisão o trato da familia japoneza.
Ao despedirmo-nos, estas damas, por intermedio do nosso interprete, nos derão o seu nome, e declararão sentir que seus irmãos não estivessem presentes. Um delles, disserão-nos, estava na marinha do Mikado, o outro em Paris, onde posteriormente o encontramos.
Por sua vez, desejárão saber qual o nosso nome e a nossa nacionalidade, e assim, nos lembrárão um dever; e se já não o tinhamos cumprido, foi por mera distracção e não por falta de consideração a quem tão francamente nos obsequiava.
Já tinhamo-nos esquecido deste encontro, quando, alguns dias depois, no Hiogo-Hotel, nos vierão dizer que duas senhoras japonezas desejavão nos fallar.
Immediatamente deixamos a sociedade dos nossos companheiros, que ficarão intrigados com a visita, e recebemos as damas japonezas no salão do Hotel.
Depois de nos saudar e de se informarem de nossa saude, graciosamente pedirão-nos para ser portador de cartas de familia para seu irmão, que se achava em Paris; e ellas acrecentarão, desejar que com elle ligassemos amizade.
Puzemos todo o nosso prestimo á sua disposição; o que uma dellas agradeceu, offerecendo-nos uma bella facha em crepe de seda como signal de amizade e respeito. Quando ellas se despedirão, ficamos seriamente pesarosos por não comprehendermos a sua lingua, o que tornava indispensavel um interprete, que, em geral, transforma uma conversação em dialogo, reservando a forma para si.