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DA ERANÇA AO JAPÃO

O povo napolitano é essencialmente religioso á sua moda; o que elles praticão resente-se dos antigos cultos rendidos aos deoses do paganismo, e é assim que, em Napoles, encontra-se uma grande variedade de imagens da Madona, cada uma tendo seos devotos particulares, e sendo objecto de um culto distincto.

As Madonas existem em todos os pontos de Napoles: no interior das casas, em nichos praticados nos muros de algumas ruas, nas praças, e, finalmente, até no frontespicio das casas particulares, e em geral sobre a porta principal.

O Vesuvio mede mais de 1,100 metros de altura; o seo cone eleva-se no espaço como a chaminé de um grande forno, sempre fumando e lançando cinzas; e, á noite, na escuridão das trevas, esta columna de fumo e de vapor illumina-se de subito e alternativamente todos os tres minutos. Era de suppôr que as encostas deste gigante de fogo fossem abandonadas e sinistras; a sorte de Pompeia e Herculanum deveria affastar d’ahi os napolitanos; entretanto, na base do Vesuvio se destacão muitas habitações formando povoações ou aldeias.

As encostas do vulcão são intelligentemente utilisadas com bellas vinhas, cujas uvas fornecem o afamado lacrima-christi, tão procurado em algumas cidades da Europa.

Sob o ponto de vista mineralogico, o Vesuvio apresenta alto interesse; os mineraes que ahi se encontrão, são numerosos, notando-se entre outros, a mica, o epidoto, a augita, o amphiboleo, a breislakita, a amphigenea, a nephelina, o idocrasio e grande variedade de granadas.

Presentemente, as lavas da cratera são de natureza differente das que se vêm em algumas collecções mineralogicas da Europa. Nestas amostras, os porphirios e sobretudo os chrystaes de amphigenea, constituem principalmente a lava; entretanto, vimos lavas, colhidas na actual cratéra, sem conter a minima quantidade destes crystaes.

É facto verificado que a natureza da lava é modificada