De passagem pelo Cairo assistimos a uma festa interessante pela sua origem. Era uma procissão em commemoração á hygienica operação da circumcisão dos meninos.
Um grande numero de indivíduos accompanhão ao protogonista d’este espectáculo, que contando apenas cinco ou seis annos é mais comparsa do que actor d’este verdadeiro melodrama.
Não é que sejamos contrários a esta antiga usança, mas a ostentação com que revestem a circumcisão, nos parece fóra de proposito e attentatoria á moralidade de uma religião e mesmo dos costumes de qualquer sociedade.
Esta procissão desfila pelas principaes ruas da cidade na seguinte ordem:
Na frente, montado em brioso cavallo, rompe a marcha o circumciso, vestido com roupagens variegadas, e de um valor proporcional á fortuna de seos paes.
Sobre sua cabeça vê-se um turbante de kachimire vermelha, e seos membros são envolvidos em ricos estofos, cortados em amplas e ondulantes fórmas. Seguem-se os músicos em numero de quatro ou cinco, soprando em cornetins e rufando nos tambores, lembrando assim, aos habitantes da cidade, o cumprimento da antiga e preciosa operação imposta pela religião judaica.
Fechava a marcha o util barbeiro, encarregado da operação, as almeas, sempre presentes á todas as festas, e grande numero de mulheres das diversas, condições sociaes.
A etiqueta das mesas egypcias é digna de nota. O chefe de rica familia preside as refeições diarias, tendo a seos lados suas mulheres e filhos, emquanto que as familias menos favorecidas pela fortuna, vivem com frugalidade, e seos membros apenas se reunem na ceia, que é a principal refeição dos egypcios.
A cosinha d’este povo não é das mais despresiveis aos nossos gostos. Consiste em geral de carne de vacca ou carneiro cortada em pequeninos pedaços e ensopados conjunctamente com largas rodellas de cebola e legumes.