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DA FRANÇA AO JAPÃO

Além d’este prato nacional vê-se em suas mesas panelladas de feijão, favas, pepinos, beringellas, preparados com um molho apimentado e adubado com outras especiarias.

O vinho, muito parece-se com o nosso jurupiga de S. Paulo, em cuja preparação apenas empregão uvas, assucar e agua.

Na mesa, ao lado de cada conviva, sempro vê-se tijellas de louça cheias deste liquido a que dão o nome de khoushaf e no qual, muitos deitão algumas gottas de essencia de rosas.

Na mesa dos proletarios, a melancia substitue ao khoushaf, que, pelo seo preço relativamente elevado, não é accessivel á todas as bolsas.

A profissão de barbeiro é muito considerada n’este paiz, pois os fazedores do barbas também accumulão as funcções do medico e do cirurgião.

Suas lojas são muito frequentadas e servem de ponto de reunião aos passeadores, que aproveitão os momentos de ocio para com toda commodidade se fazerem barbear e cortar as unhas das mãos.

Estas lojas apresentão em o seu exterior agradavel e interessante aspecto. As janellas são collocadas entre columnas e enlaçadas nas trabalhosas arcadas de muitas voltas e esculpidas com certa pretenção artistica.

Á entrada d’estes estabelecimentos encontrão-se commodos divans estufados, onde os freguezes preguiçosamente reclinados esperão cada um por sua vez serem servidos.

A pericia dos barbeiros egypcios é sorprehendente; elles barbeão ao mais cabelludo barbaço apenas em alguns instantes, a navalha passa tão rapida sobre a cutis da face que o mais exigente freguez reconhece logo, a superioridade do barbeiro egypcio sobre os nossos. Uma das suas principaes qualidades consiste em arranjar a barba de cada pessoa conforme sua idade, talhe e profissão.

Como medicos os barbeiros d’este paiz receitão ou antes