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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/115

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Dialogo
Entre a materia
e o espirito duma
mulher bonita


 
O espirito, trovejando:

Vejamos! Que novo delicto perpetraste esta tarde? Ha mais alguma fraqueza indesculpavel a juntar a tantas outras que tens tido ?!

A materia, um tanto fatigada:

Pois bem, confesso! Pequei mais uma vez e, como das outras vezes, não me sinto arrependida. Peço-te que não sejas intolerante para comigo; tive hoje tantas voltas a dar, tantas compras a fazer, tantos beijos a receber e a retribuir, que me sinto extenuada.

O espirito, colerico:

Sempre essa falta de firmeza que me vexa, que me deshonra! Sempre esse maldito vicio de seduzir os homens, de querer ser amada não por um só, que a isso fecharia eu os olhos, mas por dez, por vinte, por mil, por todos!

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