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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/118

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Diana de Liz: Memorias


 
O ESPIRITO, reflectindo:

O que nos convinha a ambos era um homem que a ambos contentasse e cuja materia estabelecesse um certo equilibrio com o proprio espirito. Só assim se acabariam todas essas vergonhas por que me fazes passar.

A MATERIA, entusiasmada:

Quem mo dera! Julgas que não penso tambem nessa solução, imaginas que me não preocupo comtigo?! Mas onde está essa preciosidade, onde pára essa Fénix que ainda não logrei descobrir? Queres tu encarregares-te de a procurar?

O ESPIRITO, envergonhado:

Não... Olha: parece-me que para esse efeito tu tens, realmente, mais habilidade.

A MATERIA, desapontada:

Julgava que para essas descobertas eras tu o mais competente de nós dois !

O ESPIRITO:

Deves compreender que eu só não basto. Parece-me, até, que sem ti muito pouco conseguiria. Para as primeiras impressões, tu; para depois, cá estou eu e, em seguida, ajudando-nos mutuamente, talvez possa-

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