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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/125

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duma mulher da epoca


 

CLOTILDE — Naturalmente eras capaz de gostar dum manequim de cêra, como o Luiz Lopes.

CLARISSE (picada) — Chama-lhe manequim de cêra... Tomáras tu que êle te fizesse a côrte...

CLOTILDE (desdenhosa) — Eu?! Eu não gosto de bonecos de montra. A gostar, era dum homem de carne e ôsso!

CLARISSE (trocista) — E de cabeça de bico!

CLARINHA (conciliadora) — Acabem lá com isso. Olhem: o que eu acho é que em a gente tendo de gostar, gosta, pronto! Seja feio ou seja bonito! Eu, por exemplo, não gosto de homens baixos nem de homens loiros, mas tenho a certeza de que se me aparecêsse um, baixo e loiro, que soubesse cativar-me e convencêr-me, caía no laço, sem querer saber de mais nada!

CLOTILDE — Eu gosto dos homens muito magros e muito trigueiros...

CLARISSE — Mas é o teu tipo... Não devias gostar...

CLOTILDE — Mas gósto. Gósto assim como o doutor Girão.

CLARINHA — Quem é o doutor Girão?

CLOTILDE — É um amigo do padrinho, que vem ás vezes cá á quinta.

CLARISSE — Que idade tem êle ?

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