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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/127

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duma mulher da epoca


 

CLOTILDE — Porque não? É uma coisa tão natural!...

CLARISSE — Ó Clotilde, pois tu não tens vergonha de dizer isso?!

CLOTILDE (rindo a bom rir) — Eu, não! (Clarinha e Clarisse riem tambem).

CLARINHA (baixando a voz) — Querem vêr que já experimentaste?!

CLOTILDE (muito vermelha) — Schiu!

CLARINHA (cheia de curiosidade) — Pódes contar, que nós não dizemos nada a ninguem.

CLOTILDE (que está morrendo por fazer as suas confidencias) — Nada, nada!

CLARINHA (quási suplicante) — Conta!... Conta lá! Nós não dizemos nada seja a quem fôr!

CLOTILDE — Vocês juram?

CLARINHA e CLARISSE (em côro) — Juramos!

CLOTILDE (baixinho) — Pois é verdade. Já experimentei...

CLARINHA (no mesmo tom) — Quem foi? Foi o tal doutor Girão? (Clotilde meneia afirmativamente a cabeça) — Eu já calculava! Como foi?

CLOTILDE — Ora, foi ao pé do muro, ali adiante, junto da nespereira... Êle tinha vindo visitar o padrinho e eu ía acompanhá-lo até ao portão.

CLARISSE — E como foi que êle fez?

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