— Talento! O Alfredo N. tem lá talento! Aquilo é talento, porventura?!... Os dois últimos livros?... Um fiasco rematado! A última peça?... Uma perfeita banalidade!
Estavamos, eu, a avó e o sr. Martinho Leal, sentados em tripós, na praia. Era numa noite de Setembro e ouvia-se uma guitarra melancólica, que um banhista romântico ía tangendo, à beira-mar, rodeado por quatro ou cinco amigos, um dos quais cantarolava uma quadra popular.
— No entanto — objectei — o Alfredo N. dispõe dum vasto vocabulário, duma certa elegancia de forma...
— Ora! Tudo aquilo representa um esforço violento que êle faz, permanentemente, com o fim de imitar Fialho...
— Isso lá... — retorqui — Preferir ou seguir uma determinada escola... não me parece coisa das mais censuráveis... Desde que não se plagie as idéas
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