inundando-me a casa de cartas e de flores. Não se conhecem um ao outro e, no entanto, dir-se-ia que porfiam em cativar-me...
— A grande coisa! Provavelmente estás cheia de dúvidas por não saberes qual dêles deve ser o escolhido, não? Não te conhecia essas hesitações!
— Não é isso. Não fales antes de tempo, por Deus! Ouve o resto. Um desses homens é intelectual; possue um espírito de élite, requintado, romântico. O outro, é um homem de belo físico, sem complicações psicológicas, cuja alegria, natural e viva, não deixa de ter o seu encanto.
— Mas, amas algum dos dois ?
Margarida hesitava. Baixou a voz.
— Dinora, tu não classifiques de monstruosidade o que vou dizer-te. Sucedeu-me hoje uma coisa que nunca me havia sucedido: amo ambos, sem dúvida alguma, com a mesma intensidade.
— !!!
Margarida continuava:
— Toda a mulher cria, no seu intimo, um tipo ideal de homem e eu, como as outras, construí, dentro do meu espirito, um ideal complexo, mixto de qualidades e defeitos, que me daria completa felicidade se porventura eu o encontrasse. Mas, minha querida, fiz ante-ontem vinte e nove anos e já me convenci de
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