que ele fez e que só uma pena masculina poderia traçar. Isso para mim é absurdo. No tempo de Adão e Eva com certesa não havia aritmética e, no entanto, eu estou convencida de que nossos pais se sentiam muito melhor, na sua ignorância, do que nós nos sentimos nêste século de cinematógrafos, telefónes, aeróplanos e máquinas de somar.
— Não sei se teu marido, na sua qualidade de homem moderno, aceitaria com prazer essa tua opinião...
— E que me importa que êle a aceite com prazer ou não? Mas, voltando a ti, Margarida, acho-te, como já disse, uma expressão desusada, inquieta. De que se trata?
Dinora deixára o espelho e viera sentar-se no sofá, perto da amiga. Um pouco curvada, percorria com uma das mãos, finas, esguias. lombo sedoso de Zázá, que brincava, agachada, com um pequeno novelo de lã vermelha, encontrado a um canto.
Margarida teve uma expressão de preocupada, olhando para o tapete. Parecia que lhe custava falar. Dinora, intrigada, parára de acariciar a cadelinha e não desfitava aquela mulher caprichosa, cujas estranhas idéas a interessavam sempre tanto. Margarida, por fim, decidiu-se:
— Ouve lá: ha dois homens que me cortejam agora, ao mesmo tempo, rodeando-me de atenções e
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