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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/158

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Diana de Liz: Memorias


 

exultar, como eu exulto, por ficares liberto dêsse sentimento absorvente, sufocante, que plenamente te preencheu, em tempo.

O CORAÇÃO

— Pois se a unica razão de existir, para aquela cujo delicado côrpo completamos, é o amôr, e se sempre a minha influência sobre ela tem sido incomparavelmente maior do que a tua, se nêste momento as lágrimas lhe brotam dos olhos lindos com a mesma abundancia com que dantes os beijos lhe brotavam da boca vermelha, como não hei-de chorar, tambem torturado, ao reconhecêr-me na mais completa impotencia de fazer reflorir êsse amor?!

A RAZÃO

— Mas se sofreste imensamente, enquanto esse amôr viveu, como sofres agora, que já não o sentes?!

O CORAÇÃO

— E como póde a razão mais lúcida explicar os mistérios dum coração de mulher?

A RAZÃO

— E' verdade isso que dizes, embora um tanto humilhante para mim... Mas ainda bem que já posso falar, reflectir, trabalhar, o que não sucedeu enquanto

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