tem de que
orgulhar-se
Em pouco mais dum ano, os alentejanos e mais directamente os naturais de Evora, perderam duas das mais belas figuras da sua galeria literaria, para eles desconhecidas: a grande poetisa Florbela Espanca, consagrada pelos versos da Charneca em flor, e recentemente revelada como contista notavel, e Maria Eugenia Haas da Costa Ramos, distinta prosadora, afirmada superiormente no livro póstumo Pedras falsas, sob o pseudonimo de Diana de Liz.
A poetisa, alta figura de artista, que se imposera já com os sonetos admiraveis de Soror Saudade, morreu nova ainda e legou-nos o livro que é a maior das surpresas para os conterraneos. Os patricios de Florbela não podiam imaginar — era lá possivel! — que a apagada figura junto de quem passaram ombro a ombro, a quem falaram e ouviram, podesse ter um grande temperamento artistico e um cerebro em que se abrigava um vivo e fulgido talento.
Maria Eugenia, revestida de modestia, umas vezes escondida no pseudonimo que dissemos, outras vezes no de Mimi Haas, se não permitiu, por isso mesmo, que o grande publico a conheça, dos próprios conterraneos permanece ignorada, desde que não invoquemos a escassa meia duzia que a leu na sua colaboração de jornais e revistas.
Por tal motivo, sinto a perda que o meu ilustre ca-
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