Página:Diccionario bio-bibliographico cearense - volume terceiro.djvu/258

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«Como nome de província era um dos mais notáveis da actualidade». «... A «Gazeta do Norte* dá sua fé de que nenhu¬ ma penna das que honraram suas columnas prestou melho¬ res serviços á causa liberal*. «Escrevia primorosamente e reunia a um estylo ele¬ gante e correctíssimo um aproposito admiravel, bom sen¬ so e critério nunca desmentido. O fundo do seu caracter era a lealdade, a mansuetude e a abnegação, e nos seus es- criptos nunca falhou a verdade, o commedimento e a or¬ dem que attestassem a serenidade e sanidade dos seus princípios». «Era de uma impassibilidade heróica*. Em um artigo do «Unitário* de 13 de Setembro de 1910, a proposito de um membro da família Cunha, disse João Brigido: «Fenelon Bomilcar da Cunha foi intelligencia privile¬ giada que tudo sabia por intuição, tudo aprendia com es¬ cassa e rapida leitura. Fez-se advogado, publicista e orador*. Iniciou-se no jornalismo collaborando para o «Arari¬ pe*, jornal do Crato. Alli alguns annos depois fundou «A Liberdade*, tendo sido por muito tempo o correspondente do «Cearense», de Fortaleza Advogado pela Faculdade de Direito do Recife, íoi promotor publico, presidente da Camara Municipal do Cra¬ to, deputado varias vezes á Assembléa Provincial, e na Fortaleza, para onde se transferiu em 1879, foi secretario do Presidente José Julio de Albuquerque Barros (vide), falle- cendo como Secretario da Estrada de Ferro de Baturité. Fenelon era grande cultor da lingua latina ; nos seus memoriaes encontram-se muitos assentamentos nessa lin¬ gua. Sabia de cor paginas e paginas de Virgilio, Ovidio, Horacio e outros clássicos. Foi homem sem vaidades, modesto e quasi um dis¬ persivo. Produziu muito, mas nada colleccionava: versos, peças theatraes, modinhas (compondo elle mesmo a musica, pois que era tambem bom musico),artigos e discursos, tudo se perdeu ou anda na tradição no sul do Ceará. Dos An- 248 r> Original from Digitized by V^jO gLc UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA