ia começar, lembrei-me que Julinha me prometera na véspera a primeira quadrilha e fui-me aproximando.
Creio que viste o antigo Cassino, de feia arquitetura e pobre decoração, porém mais festejado que o moderno, apesar de sua riqueza. Hás de te lembrar das colunas que ali havia. Eu me apoiara a uma delas, esperando que se formassem as quadrilhas.
A fímbria de um vestido roçou por mim. Emília passava pelo braço de uma de suas amigas; passava altiva, desdenhosa, meneando com gestos soberanos a linda cabeça coroada pelas tranças bastas do ondeado cabelo. Fiquei imóvel entre ela e a coluna, acompanhando com a vista, sem querer, o garboso desenvolvimento daquele passo de sílfide.
De repente ela descaiu o corpo no movimento que fazem as senhoras quando sentem presa a cauda do vestido. Com essa inclinação as ondas da escumilha me envolveram os pés. Ouvi o rechino de lençarias que se rasgassem com violência. Empalideci!... Os folhos do elegante vestido, composto com tanto esmero, rojavam espedaçados pelo chão.
Emília retraiu o passo, e abateu uns olhos frios para o estrago do trajo mimoso, que tantos elogios e maior inveja excitara. Depois esbeltou-se para dardejar-me sobranceira outro olhar, mais frio ainda, que me traspassou.
— Nem de propósito!...
Ah! Paulo, se tu ouviras a voz com que me foram